terça-feira, 26 de julho de 2011

CONTOS DE FADAS

Trabalhar com contos de fadas nas escolas é uma atividade prazerosa para todos os envolvidos no processo educativo, pois é um tema de grande aceitação entre as crianças, que desperta interesse, envolvimento e participação dos mesmos.

O professor, antes de iniciar seu trabalho, deve desenvolver um projeto por escrito, em referência ao mesmo, citando a justificativa, os objetivos de se desenvolver o projeto, quais os recursos didáticos que disponibilizará para a realização do mesmo, a metodologia das aulas, dentre outros, buscando discutir com os alunos quais seus interesses diante do mesmo.

O importante de se desenvolver esse projeto é que, através dele o professor consegue trabalhar alguns conflitos do dia-a-dia dos alunos, bem como buscar as soluções para os mesmos, procurando encontrar respostas para aquilo que não está bem.

À medida que as histórias vão sendo trabalhadas, as crianças podem se identificar com os personagens e transferirem todos os seus conflitos para aqueles vividos na história. A criança se envolve tanto que passa a viver como se fosse um dos personagens.

Os assuntos abordados nos contos de fada muitas vezes tornam-se reais, como os medos que fazem parte de nossa vida.
Dentre esses, os que mais vemos nas crianças são medo de escuro, de animais, dos pais não buscarem na escola, etc. Porém, um dos medos mais difíceis de trabalhar nas escolas é o medo do Lobo Mau. Na verdade, a intenção das histórias, como a Chapeuzinho Vermelho, não é de assustar as crianças, mas de mostrar para as mesmas que não devemos falar com pessoas estranhas, que não podemos confiar em qualquer um.

O amor é outro importante tema dos contos de fadas, sempre aparecendo com um príncipe encantado e a princesa, que se casam ao final da história.

Esses sentimentos fazem parte da vida de qualquer ser humano e é bom que as crianças aprendam a lidar com eles o quanto antes.
Nas aulas as crianças vão percebendo que seus medos vão sendo amenizados à medida que a professora as faz refletir sobre os mesmos, que as suas relações sociais vão ficando menos conflitantes, devido a momentos de discussão dos combinados da turma, como regras de boa convivência que devem respeitar. Já o amor, este vai surgindo através do respeito ao próximo, das atitudes menos egoístas e de carinho. Assim, a criança vai percebendo que a amizade é uma importante conquista para seu dia-a-dia.

Os contos de fadas ensinam também as crianças a enfrentarem sentimentos de perda e angústia. Através deles as crianças percebem que tudo de ruim que pode acontecer na vida de uma pessoa pode passar, pois sempre há uma fada para ajudar a resolver os problemas, como as mães, avós, tias ou mesmo as professoras.
Enquanto divertem as crianças, os contos trabalham o lado emocional das mesmas, favorecendo o desenvolvimento de suas personalidades, pois tratam vários problemas de forma prazerosa e aceitável. Cultivam a esperança, o sonhar e nos mostram que sempre há esperança para os finais felizes.

E é importante ressaltar ainda que, para as crianças acostumadas a ouvir histórias e estimuladas a ter sempre contato com as mesmas, a leitura se fará constante na vida delas.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola
Disponível em:
http://www.educador.brasilescola.com/orientacoes/contos-fadas.htm

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Linha do tempo: Monteiro Lobato



Esta linha do tempo da vida e obra de Lobato é bem extensa, mas muito rica em detalhes, vale a pena ler na íntegra, é um texto gostoso de ler, pois o personagem é maravilhoso e você ampliará seus conhecimentos de forma prazerosa. Boa leitura!

Nesta linha do tempo estão registrados fatos relevantes da vida e obra de Monteiro Lobato - ao lado de eventos ocorridos no Brasil e no mundo - entre 1882 e 1948. As citações entre aspas, salvo quando indicada outra fonte, referem-se às cartas do escritor para Godofredo Rangel, seu amigo e correspondente por mais de 40 anos, compiladas no livro A barca de Gleyre. Para facilitar a consulta, os fatos foram organizados por períodos. Escolha a fase da vida de Lobato que você deseja conhecer.

•1882 - 1904 Primeiras letras: Lobato estudante
•1905 - 1910 Lobato volta ao Vale do Paraíba
•1911 - 1917 Lobato fazendeiro e jornalista
•1918 - 1925 Lobato editor e autor infantil
•1925 - 1927 Lobato no Rio de Janeiro
•1927 - 1931 Lobato em Nova Iorque
•1931 - 1939 A luta de Lobato por ferro e petróleo
•1940 - 1944 Lobato na mira da ditadura
•1945 - 1948 Os últimos tempos de Lobato

1882 - 1904 Primeiras letras: Lobato estudante
•18/4/1882 - Nasce em Taubaté, cidade do Vale do Paraíba, no interior paulista, filho de José Bento Marcondes Lobato e Olympia Monteiro Lobato.
•7/5/1882 - É batizado na paróquia local com o nome de José Renato Monteiro Lobato.
•13/5/1888 - A Princesa Isabel assina a Lei Áurea, que põe fim à escravidão no Brasil.
•1889 - Monteiro Lobato ingressa no Colégio Kennedy, em Taubaté, freqüentando depois outras instituições de ensino da cidade, entre elas o Colégio Paulista.
•15/11/1889 - Proclamada a república no Brasil. O marechal Deodoro da Fonseca lidera o governo provisório.
•1893 - Por causa das iniciais J.B.M.L. gravadas no castão de uma bengala do pai, muda seu nome para José Bento.
•1895 - Röntgen descobre os raios X e Marconi inventa o telégrafo.
•No final de 1895, Lobato vem a São Paulo fazer os exames para admissão no Curso Anexo, preparatório para o ingresso na Faculdade de Direito. Reprovado em português, retorna a Taubaté. Voltaria para estudar na capital em dezembro do ano seguinte.
•8/7/1896 - Realiza-se, no Rio de Janeiro, a primeira sessão de cinema no país.
•20/6/1897 - É fundada a Academia Brasileira de Letras, presidida por Machado de Assis.
•13/6/1898 - Morre o pai de Lobato.
•22/6/1899 - Morre sua mãe. O avô materno, José Francisco Monteiro - visconde de Tremembé - assume a tutela de José Bento e de suas irmãs, Esther e Judith.
•26/1 a 2/3/1900 - Realiza os exames para ingresso na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e é aprovado.
•1900 - Sigmund Freud lança A interpretação dos sonhos, obra que marca o nascimento da psicanálise.
•7/5/1900 - Começa a funcionar a primeira linha de bondes elétricos em São Paulo.
•11/8 a 15/11/1901 - Lobato preside a Arcádia, sociedade literária dos segundanistas da Faculdade de Direito, e colabora em seu jornal com crônicas e crítica teatral.
•1902 – Euclides da Cunha publica Os sertões.
•1902 – Com um grupo de amigos, alguns deles colegas na Faculdade de Direito – Ricardo Gonçalves, Albino Camargo Neto, Cândido Negreiros, Godofredo Rangel, Tito Lívio Brasil e Lino Moreira, entre outros –, forma o grupo Cenáculo, também autodenominado Cainçalha, que passaria a se reunir no Café Guarani e na república estudantil do Minarete.
•11/3/1903 – É fundado o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito, e Lobato figura, desde o primeiro número, na comissão de redatores do seu jornal, O Onze de Agosto.
•Junho de 1903 - Participa da criação do jornal Minarete, de Pindamonhangaba, e escreve em O Povo, de Caçapava, cujo cabeçalho vai desenhar. Nessa fase publica artigos sob os mais diversos pseudônimos. Alguns deles: Mem Bugalho, Lobatoyewsky, Pascalon o Engraçado, Matinho Dias, Josbem, Hélio Bruma.
•1904 - Escreve artigos para O Combatente, de Oscar Breves, que circula na capital paulista.•Obtém, com o conto "Gens ennuyeux", o primeiro lugar em concurso literário promovido pelo XI de Agosto.
"Tentei arrancar de mim o carnegão da literatura. Impossível. Só consegui uma coisa: adiar para depois dos 30 o meu aparecimento. Literatura é cachaça. Vicia. A gente começa com um cálice e acaba pau d'água na cadeia". São Paulo, 16/6/1904.
•10/11/1904 – A população carioca revolta-se contra a obrigatoriedade da vacinação contra varíola, determinada por Osvaldo Cruz, diretor-geral da Saúde Pública.
•15/12/1904 - Colação de grau na Faculdade de Direito. No dia 24, a cerimônia de formatura.

1905 - 1910 Lobato volta ao Vale do Paraíba
•Janeiro de 1905 – Retornando à sua cidade natal, Lobato assina artigos de crítica de arte no Jornal de Taubaté.
•1905 – Einstein enuncia a Teoria da Relatividade.
•23/5/1905 - Inicia o namoro com Maria da Pureza de Castro Natividade, a quem sempre chamará carinhosamente de Purezinha.
•18/7/1905 - Apesar de sua notória aversão a discursos, Lobato é eleito orador do Clube Recreativo de Taubaté.
"Ando com idéias dumas coisas a Wells, em que entrem imaginação, a fantasia possível e vislumbres do futuro - não o futuro próximo de Júlio Verne, futurinho de 50 anos, mas um futuro de mil anos. (...) Se a terra dos meus canteiros mentais não for propícia a essas sementinhas, então é que não estou destinado a ser o H. G. Wells de Taubaté, e paciência". Taubaté, 17/12/1905.
•17/12/1905 - Com Eugênio de Paiva Azevedo, planeja "uma fábrica de doces em vidros, geléias inglesas (...). A firma será Lobato & Paiva. E invadiremos o mercado com uma reclame verdadeiramente americana".
•Outubro de 1906 – Lobato é nomeado promotor público interino em Taubaté.
•23/10/1906 – Santos Dumont voa com o avião 14-Bis no campo de Bagatelle, em Paris.
•1907 – Picasso e Braque exibem pinturas cubistas em Paris. Rudyard Kipling ganha o Prêmio Nobel de Literatura.
"Estou nomeado promotor público da comarca de Areias [município paulista próximo a Queluz, na divisa com o Estado do Rio de Janeiro], que deve ser nalgum lugar". Taubaté, 14/4/1907.
•1908 – O automóvel "modelo T" sai das linhas de montagem da Ford Motor Company, fundada cinco anos antes, e faz grande sucesso no mercado americano.
"Realizou-se ontem em São Paulo o consórcio do nosso amigo, dr. José Bento Monteiro Lobato, nosso distinto conterrâneo e promotor público da comarca de Areias, com a gentil senhorita Maria Pureza Natividade, dileta filha do sr. dr. Francisco de Gouvêa Natividade, e neta do sr. dr. Antonio Quirino de Souza e Castro". Jornal de Taubaté, 29/3/1908.
•7/4/1908 – É fundada no Rio de Janeiro a Associação Brasileira de Imprensa.
•Abril de 1908 – Lobato e Purezinha passam a lua-de-mel na praia de José Menino, em Santos (SP). De volta à capital, ficam até o fim do mês na rua Santo Amaro, 18. Dali voltam a Areias, viajando antes ao Rio de Janeiro, onde visitam a Exposição Nacional de 1908, comemorativa do centenário da Abertura dos Portos.
•1908 - Lobato traduz artigos do Weekly Times [de Londres] para o jornal O Estado de S. Paulo, escreve para A Tribuna [de Santos] e remete caricaturas para a revista Fon-Fon! [Rio de Janeiro].
•3/3/1909 - Nasce em São Paulo Martha, sua primogênita.
•Discute com Godofredo Rangel um projeto comum de produção literária: "(...) proponho estes pontos:
1) Não haver pressa;
2) Apurarmos a forma, de modo que os críticos exigentes não descubram nem uma lêndea de pronome mal colocado;
3) Ler um a produção do outro, comentar, criticar, sugerir, vetar;
4) As duas partes conformar-se-ão com as sentenças, mas ficam com o direito de rejeitar o veto; 5) A fatura material do livro será perfeita; prosa boa impressa em papel de embrulho vira carne seca da fedorenta; champanha em caneca de lata vira zurrapa. (...) Sou partidário do conto, que é como o soneto na poesia. (...) Contos com perspectivas. (...) Contos-estopins, deflagradores das coisas, das idéias, das imagens, dos desejos, de tudo que exista informe e sem expressão dentro do leitor". Areias, 27/6/1909.
•7/5/1910 - Nasce em São Paulo seu segundo filho, a quem dá o nome de Edgard.
•3/12/1910 - Através da lei n.º 134, a Câmara Municipal de Taubaté concede ao "Dr. José Bento Monteiro Lobato, ou empresa que organizar, licença para construção, uso e gozo de uma linha férrea econômica de bitola de um metro entre trilhos, que partindo desta cidade se dirija às divisas do município de Tremembé".

1911 - 1917 Lobato fazendeiro e jornalista
•27/3/1911 – Morre o Visconde de Tremembé, seu avô. Lobato e as irmãs tornam-se herdeiros de terras na região de Taubaté que, somadas às extensões deixadas pelo pai, ultrapassariam dois mil alqueires (cerca de 5 mil hectares).
"O mês passado fundei aqui um colégio (...) só para meninos ricos (...) onde só ensinem coisas de rico - esporte, pôquer, bridge, danças, línguas vivas faladas, elegâncias, pedantismos, etiquetas e as tinturas de literatura, ciência e arte necessárias nas conversas de salão. (...) Em suma, ensinar aos meninos ricos o que eles vão necessitar pela vida afora - porque não sei de maior imbecilidade do que meter logaritmos na cabeça dum futuro herdeiro de milhões. Mas ensiná-los a ser ricos com decência e proveito social". Taubaté, 22/6/1911.
•26/5/1912 - Nasce em Taubaté seu terceiro filho, Guilherme.
"A maior delícia da minha vida de roça é justamente lidar com pintos, com perus, com bois e cavalos, e do bípede humano só me meter com esta insuficiência mitral que é o caboclo da roça. Mesmo assim, só lido com eles através do "administrador", a ponte de ligação. E o caboclo ainda é a melhor coisa da nossa terra, porque analfabeto, simples, muito mais próximo do avô Pitecantropo do que os que usam dragonas ou cartola, e se dão ao luxo de ter idéias na cabeça, em vez de honestíssimos piolhos". Fazenda, 19/9/1912.
•Março de 1913 – Monteiro Lobato e Ricardo Gonçalves apresentam à Câmara Municipal de São Paulo proposta para a construção – no lugar do Viaduto do Chá - de uma passagem coberta com dois pavimentos, abrigando lojas e áreas de convivência, e mirantes para o Vale do Anhangabaú, cortada por linhas de bondes elétricos.
"Parece que ando na idade de ler memórias. Só nelas temos o que é possível de história verdadeira, com os bas-fond e as cozinhas e copas da humanidade. A história dos historiadores coroados pelas academias mostra-nos só a sala de visitas dos povos. (...) Mas as memórias são a alcova, as chinelas, o penico, o quarto dos criados, a sala de jantar, a privada, o quintal (..) da humanidade". São Paulo, 9/5/1913.
"Viver a sua vida é o supremo programa da vida. (...) alguns representantes dessa classe de privilegiados (...) criam os deuses à sua imagem e caminham na vida como franco-atiradores, vendo de longe o desfile dos batalhões cerrados que ao som dos tambores da Moral e da Religião marcham suarentos para o grande destino comum da morte. Nós também vamos para lá - mas em nenhum passo-de-ganso. (...) O que não somos nunca é ovelha - fiel ovelha do Santo Padre, de S. M. o Rei, do Partido, da Convenção Social, dos Códigos da Moral Absoluta, do Batalhão, de tudo que mata a personalidade das criaturas e as transforma em números". Fazenda, 7/6/1914.
•28/7/1914 – O Império Austro-húngaro declara guerra à Sérvia: começa a Primeira Guerra Mundial.
•12/11/1914 – Publica em O Estado de S. Paulo o artigo "Uma Velha Praga" e, em 23/12, no mesmo jornal, "Urupês". A imagem do caboclo esboçada no primeiro texto – desprovido de força de vontade e senso estético, feio e grotesco – é largamente ampliada no segundo artigo, em que Lobato acentua a ignorância e a preguiça do habitante do interior, caracterizando-o como "sacerdote da Grande Lei do Menor Esforço", aquele que vive do que a natureza dá, sem gastar energia para alcançar qualquer objetivo na vida. Nascia a primeira versão de Jeca Tatu, personagem-símbolo em sua obra.
"(...) no Estado houve uma séria discussão sobre aquele artigo "Urupês", na qual poucos concordaram comigo totalmente, mas todos foram unânimes em que sou 'novo de forma' e uma 'revelação'. (...) Escrevendo no Estado, consigo um corpo de 80 mil leitores, dada a circulação de 40 mil do jornal e atribuindo a média de 2 leitores para cada exemplar. Ora, se me introduzir num jornal do Rio de tiragem equivalente, já consigo dobrar o meu eleitorado. Ser lido por 200 mil pessoas é ir gravando o nome - e isso ajuda. (...) Para quem pretende vir com livro, a exposição periódica do nomezinho equivale aos bons anúncios das casas de comércio." Fazenda, 12/2/1915.
"As fábulas em português que conheço, em geral traduções de La Fontaine, são pequenas moitas de amora do mato - espinhentas e impenetráveis. Um fabulário nosso, com bichos daqui em vez dos exóticos, se feito com arte e talento, dará coisa preciosa. Fábulas assim seriam um começo de literatura que nos falta." Fazenda, 8/9/1916.
•1917 – Revolução na Rússia: formação do primeiro Estado socialista.
•6/1/1917 - O Estado de S. Paulo publica o artigo "A criação do estilo", mais tarde compilado no livro Idéias de Jeca Tatu, em que Lobato sugere que se incorporem elementos do folclore brasileiro nos cursos de arte, especialmente nos do Liceu de Artes e Ofícios.
•26/1/1917 – Sob o título "Mitologia brasílica", em o Estadinho, edição vespertina de O Estado de S. Paulo, dá início a uma pesquisa pioneira de opinião pública sobre o saci. Reunindo as respostas de leitores e textos de sua autoria, Lobato organiza O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, seu livro de estréia, lançado no início de 1918.
"Ando a preparar um livro de contos - assinado Hélio Bruma - coisas antigas refeitas. A refusão limita-se a podas, desgalhes, descascamentos - sempre 'des', isto é, concentração. E sinto que ganham com o desbaste. Em regra somos na mocidade extremamente excessivos, folhudos como certas árvores tão enfolhadas que não há ver nelas a beleza maior: o tronco e o engalhamento." Fazenda, 10/5/1917.
"[Olavo] Bilac perguntou ao Heitor de Morais [cunhado de Lobato] por que motivo eu lhe fugia (isto é, por que o não incensava) e achou-me 'esquisito'. Acostumou-se o grande poeta ao coro perpétuo de 'Ohs!' da rodinha do Estado. Os literatos célebres lembram-me os políticos que jamais caem, como o Rodrigues Alves. (...) Porque têm um nome do tamanho dum bonde amarelo e moram no andar da apoteose, acham inadmissível que um ignaro anônimo tenha a preguiça do rapapé e por higiene fuja ao beija-mão." Fazenda, 8/7/1917.
"Vendi a fazenda a um senhor Alfredo Leite, de Vila Paraguassú (...). Saio daqui para Caçapava, provisoriamente, e de lá tomarei rumo definitivo." Fazenda, 3/8/1917.
•Setembro de 1917 - Surge em Caçapava a revista Parahyba, em que Lobato colabora com textos e ilustrações. A partir do número três, desenha também sua capa.
"Mudo-me para S. Paulo na próxima semana. Fico na rua Formosa 53 até tomar casa." Caçapava, 11/10/1917.
•18/10/1917 – Com comissão julgadora composta por Amadeu Amaral, J. Wasth Rodrigues e Monteiro Lobato, é aberta a exposição de artes plásticas sobre o saci promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo.
•17/11/1917 – O Brasil declara guerra aos alemães.
•20/12/1917 – Monteiro Lobato publica no Estadinho o artigo "À propósito da exposição Malfatti", sua crítica à mostra de pintura moderna de Anita Malfatti, inaugurada uma semana antes. Mais tarde, sob o título "Paranóia ou mistificação?", seria compilado em Idéias de Jeca Tatu, lançado em 1919. Estopim de sua polêmica com os modernistas, o artigo suscitaria a solidariedade de amigos de Anita – sobretudo Menotti del Picchia e Mario de Andrade – que passaram a culpar Lobato por uma suposta regressão estética da pintora, ao mesmo tempo que desqualificavam-no como crítico e renegavam suas idéias sobre arte e cultura.

1918 - 1925 Lobato editor e autor infantil
•1918 – Lançamento de Urupês, livro de contos considerado a obra-prima do escritor e um clássico da literatura brasileira.
•18/3/1918 – Lobato inicia, no jornal O Estado de S. Paulo, a série de artigos sobre saúde pública e saneamento, reunidos posteriormente no livro Problema Vital, publicado no final do ano. Num deles escreve a respeito do Jeca Tatu, criado quatro anos antes: "Está provado que tens no sangue e nas tripas um jardim zoológico da pior espécie. (...) É essa bicharia cruel que te faz papudo, feio, molenga, inerte". Concluindo que "o caipira não é assim" mas "está assim", Lobato redefine, num tom diametralmente oposto ao dos artigos de 1914, "Urupês" e "Uma velha praga", o perfil de seu personagem: indolente não pela sua natureza genética ou racial, mas sim pela falta de condições de higiene e saúde. Nascia o segundo Jeca.
•Junho de 1918 - Lobato compra a Revista do Brasil e, paralelamente à sua redação, desenvolve uma seção editorial na qual terão início atividades que revolucionariam a produção do livro no país.
•4/6/1918 - No diário coletivo de sua garçonnière da rua Líbero Badaró, Oswald de Andrade registrou: "Lobato esteve aqui e esqueceu as provas dos seus Urupês sobre o sofá. A Cyclone [Maria de Lurdes Castro, que viria a se casar com Oswald], muito pimpona, atribuiu à sua influência desnorteadora esse gesto do nosso homem do dia. Lobato, defenda-se ou confesse que tomou Cyclomol."
"Os Urupês vão se vendendo melhor do que esperei, e neste andar tenho de vir com a segunda edição dentro de três ou quatro semanas. Há livrarias que no espaço duma semana repetiram o pedido três vezes (...). O Saci-Pererê também se vende bem; estou já só com um resto - talvez um quarto da 2ª edição. (...) A alta do papel impede-me de lucros maiores na Revista [do Brasil] e nos livros; mesmo assim, cada milheiro deixa líquido um conto e tanto... quando não encalha. A mim me favoreceu muito aquela campanha pró-saneamento que fiz pelo Estado. Popularizou muito a marca 'Monteiro Lobato'." São Paulo, 8/7/1918.
"Vou editar o Ricardo [Gonçalves] em setembro - Ipês. Já temos, paridos pelo prelo, o [José Antonio] Nogueira e eu; saindo você e o Ricardo, restará em estado interessante só o Albino [Camargo] com seu tratado de psicologia. E o Cenáculo terá vencido, hein? (...) Meu mal é curioso, Rangel. Excesso de chance. Tudo me sai sorteado." São Paulo, 29/8/1918.
•Outubro de 1918 – A gripe espanhola faz milhares de vítimas no Brasil. Só em São Paulo morrem 8 mil pessoas.
•11/11/1918 – Armistício assinado entre a Alemanha e os países aliados põe fim à Primeira Guerra Mundial.
"Fechei neste momento um romance de Lima Barreto, Isaías Caminha. É dos tais legíveis de cabo a rabo. Romancista de verdade. Amanhã vou assinar com ele contrato para a edição dum livro novo, Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, cujos originais já estão aqui. A letra é infamérrima e irregularíssima. Há trechos em que o autor positivamente cambaleia, e outros em que pára para 'destripar o mico'. Mas quanto talento e do bom!." São Paulo, 24/11/1918.
•1919 - Rutherford divide o átomo; em Weimar, Alemanha, é fundada a Bauhaus, escola de arquitetura e artes aplicadas.
•1919 - Lançamento de Cidades Mortas e Idéias de Jeca Tatu. No primeiro, Lobato reuniu escritos do tempo de estudante a textos que retratam a decadência das outrora ricas regiões cafeeiras. No segundo, está compilada sua produção de crítica literária e de arte.
"A Revista [do Brasil] cresce e engorda como bananeira, e a seção das edições toma corpo." São Paulo, 20/2/1919.
"Já temos oficinas próprias e problemas operários. (...) O próximo número da Revista [do Brasil] já será impresso em nossas oficinas, com tintas nossas, tipos nossos - e verás como melhorará de fatura." São Paulo, 4/3/1919.
•5/3/1919 –Associado à Olegário Ribeiro & Cia., Lobato forma a Olegário Ribeiro, Lobato & Cia., mas a sociedade editora dura apenas alguns meses. 20/3/1919 – Em discurso proferido no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, Rui Barbosa faz longa referência ao Jeca Tatu. Com isso, rapidamente esgota-se a terceira edição de Urupês.
"Acaba de fazer um ano que comprei a Revista do Brasil. (...) Entre as coisas futuras projetadas está uma seção argentina, para lançar coisas nossas, traduzidas, no mercado de língua espanhola, que é grande. Estamos estudando a nossa associação com a Cooperativa Editorial Argentina e uma agência de publicidade. Iniciaremos a série com Alencar e outros artigos já em domínio público, dando simultaneamente uma edição em português e outra em espanhol. Os bons livros brasileiros encontram grande saída em espanhol." 6/7/1919.
•1920 - Lançamento de Negrinha. Segundo Lobato, "filhote de livro (...) para fazer uma experiência: verificar se vale mais a pena lançar ‘livros inteiros’ a 4 mil réis ou ‘meios livros’ a 2$500".
•Março de 1920 - Estréia em São Paulo a adaptação cinematográfica do conto "Os Faroleiros", produzido pela Sociedade de Cultura Artística Romeiros do Progresso. Direção de Antônio Leite, com Antônio Latari e Clarinda Lopes.
"Faço livros e vendo-os porque há mercado para a mercadoria; exatamente o negócio do que faz vassouras e vende-as, do que faz chouriços e vende-os. (...) O público - o respeitável público dos circos de cavalinhos - merece um pouco de atenção. Porque, afinal de contas, Rangel, é o público que marcha com os cobres." São Paulo, 17/1/1920.
"O triunfo das nossas edições está excedendo aos meus cálculos; desde janeiro, 12 mil volumes vendidos: 4 mil Cidades Mortas, 4 mil Idéias de Jeca [Tatu], 3 mil Urupês e mil Jeremias. (...) Estão a sair Sem Crime, de Papi Júnior, (...); Madame Pommery, uma obra prima de sátira bordelenga, do Toledo Malta ou 'Hilário Tácito': Tácito, porque aquilo é história, e Hilário porque é história alegre. (...) Ando a colaborar no Correio da Manhã e tive convite d'O Jornal [ambos do Rio de Janeiro]. Cinqüenta mil réis o artigo." São Paulo, 23/3/1920.
•31/5/1920 – A revista Papel e Tinta, em seu primeiro número, publica entrevista de Oswald de Andrade com Monteiro Lobato.
•Junho de 1920 – Associado a Octalles Marcondes Ferreira, Lobato funda a editora Monteiro Lobato & Cia.
•Natal de 1920 – Lançamento de A menina do narizinho arrebitado, com capa ilustrada e cartonada, formato 29 X 22 cm, 43 páginas e desenhos coloridos de Voltolino. Primeira obra de Monteiro Lobato para as crianças, nela surge a boneca Emília.
•1921 - Urupês é lançado na Argentina, em tradução de Benjamin de Garay. A revista A Novela Nacional, da Sociedade Editora Olegário Ribeiro, publica Os Negros ou Ele e o Outro, "novela-cine romântica, com pios de coruja, noite tempestuosa, mortes trágicas e outros ingredientes; leitura perigosa às meninas histéricas e aos velhos cardíacos que crêem em almas do outro mundo." Lançamento de A Onda Verde, volume que reúne a produção jornalística de Lobato sobre as novas áreas onde o café está em ascensão, e de Fábulas de Narizinho, para as crianças.
•Abril de 1921 – Lançamento de O Saci, seguido de Narizinho arrebitado, edição de A menina do narizinho arrebitado acrescida de histórias inéditas, 181 páginas, em tiragem de 50 mil exemplares e adotada pelo governo de São Paulo para a rede escolar.
•2/5/1921 - Monteiro Lobato inicia colaboração na Novela Semanal, revista literária dirigida por Breno Ferraz, lançada pela Sociedade Editora Olegário Ribeiro.
•16/5/1921 - La Novela Semanal, de Buenos Aires, publica Alma Negra, versão de Negrinha em espanhol.
"Recebi o Urupês em espanhol lançado na Argentina. Bela edição. (...) Nos Estados Unidos quer traduzi-lo Isaac Goldberg. E em França, um Julien Fauvel. Livro de sorte." São Paulo, junho de 1921.
•17/9/1921 – Lobato recusa-se a editar Paulicéia Desvairada, livro em que Mario de Andrade lança as diretrizes estéticas do modernismo.
•1922 – Com a Marcha sobre Roma, Mussolini chega ao poder na Itália. Vladimir K. Zworykin patenteia o iconoscópio, invento que tornaria possível o advento da televisão.
•1922 – Lançamento de O marquês de Rabicó e Fábulas, livro também aprovado pela Diretoria de Instrução Pública do Estado de São Paulo para uso didático.
•1922 – Lobato aceita concorrer à cadeira n.º 11 da Academia Brasileira de Letras, vaga com a morte de Pedro Lessa. Nos EUA, Isaac Golberg dedica um capítulo à análise da obra de Monteiro Lobato em Brazilian Literature.
No rastro da Semana de Arte Moderna, realizada entre 13 e 15/2/1922 no Teatro Municipal de São Paulo, Lobato inclui no rol dos autores por ele editados alguns de seus protagonistas: Oswald de Andrade, com Os condenados, e Menotti del Picchia, com O homem e a morte. Detalhe: ambos com capa de Anita Malfatti.
"Mudamo-nos para a rua Santa Efigênia 3-A - um grande armazém térreo onde adquirimos a feição normal dos grandes negociantes de cebolas. Vendemos cebolas literárias. (...) Adeus, rua Boa Vista 52, onde comecei como um espermatozoário! Adeus, salinha de xadrez (...). Aquilo ainda era 'arte'. Aqui na Santa Efigênia já somos só cebolas. O 'Monteiro Lobato & Cia' está chegando ao fim. De repente viramos sociedade anônima ou qualquer coisa limitada, e pronto..." São Paulo, 25/1/1922.
"A idéia da Academia [Brasileira de Letras] falhou por birra minha. Não quis transigir com a praxe lá - a tal praxe de implorar votos, e eles são extremamente suscetíveis nesse ponto. (...) Ora, não há gosto em fazer parte de um grêmio de mentalidade assim e não pedi nada a ninguém; fiz mais: mandei outra carta desistindo da minha candidatura (...)." São Paulo, 15/2/1922.
•25/3/1922 – É fundado o Partido Comunista do Brasil.
•5/7/1922 – Rebelião tenentista sacode os quartéis do Rio de Janeiro, episódio que ficou conhecido como os 18 do Forte de Copacabana.
•Dezembro de 1922 – A Monteiro Lobato & Cia. amplia sua participação societária. Lobato e Octalles M. Ferreira ganham nove sócios: Martinho Prado, José Carlos de Macedo Soares, Paulo Prado, Alberto Seabra e Alfredo Machado, Heitor de Morais, Renato Maia, Alfredo Costa e José Antonio Nogueira.
•1923 – A General Motors torna-se a maior companhia industrial do mundo.
•1923 – Lançamento de O macaco que se fez homem, O mundo da lua e Contos Escolhidos, adotado em estabelecimentos de ensino.
•1923 – Sob o título El comprador de haciendas, uma coletânea de contos de Lobato é lançada na Espanha, em tradução de Benjamin de Garay.
•20/4/1923 – É fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, primeira emissora de radiodifusão do Brasil.
•Junho de 1923 – Em carta a Lobato, Oswald de Andrade noticia conferência que fez na mais prestigiada universidade francesa – Jeca Tatu na Sorbonne, ironiza – a ser publicada na Revue de l’Amerique Latine.
"(...) meti-me em automobilismo. Comprei um Ford e já ando a perturbar o trânsito da cidade. Ontem dei o primeiro tranco numa carroça, mas ainda não esmaguei nenhum pedestre. Curiosa a mudança de mentalidade que o automóvel ocasiona. O pedestre passa a ser uma raça vil e desprezível, cuja única função é atravessar as ruas. Quem adquire auto promove-se de 'pedestre' a 'rodante' - e passa a desprezar os miseráveis pedestres que se arrastam pelas superfícies, como lagartas." São Paulo, 10/9/1923.
"A vendagem dos livros tem caído; todos os livreiros se queixam - mas o público tem razão. Câmbio infame, aperto geral, vida cara. Não há sobras nos orçamentos para a compra dessa absoluta inutilidade chamada 'livro'. Primo vivere. (...) Estamos refreando as edições literárias para intensificação das escolares. O bom negócio é o didático." São Paulo, 1/12/1923.
•1924 - Lançamento de A caçada da onça e de Jeca Tatuzinho, ilustrado por Kurt Wiese, em que o personagem-símbolo criado por Lobato ensina noções de higiene e saneamento às crianças. Edição do O garimpeiro do Rio das Garças, também ilustrado por Wiese, num formato muito próximo ao das histórias em quadrinhos. Chega ao mercado argentino a coletânea de contos Los ojos que sangran, traduzidos por B. Sanchez-Saez.
•Abril de 1924 - A revista Lecturas, de Buenos Aires, publica "Barba Azul", conto de Negrinha traduzido por B. Sanchez-Saez.
•5/7/1924 – Sob o comando do general Isidoro Dias Lopes, os tenentes tomam São Paulo. O presidente do Estado [governador] Carlos de Campos abandona a cidade.
•1924 - Na rua Brigadeiro Machado, no Brás, em prédio com 5 mil metros quadrados, Lobato monta o maior parque gráfico da América Latina. Para dar suporte ao projeto de expansão, a Monteiro Lobato & Cia, transforma-se, em maio desse ano, na Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato, sociedade anônima presidida por José Carlos de Macedo Soares que reunia a nata da classe dirigente paulistana.
•Julho de 1924 - A revolução desorganiza a vida econômica paulistana e paralisa as atividades da editora de Lobato por dois meses. Após a retirada dos rebeldes a 27 de julho, o governo de Artur Bernardes inicia uma série de ações repressivas, entre as quais a prisão de Macedo Soares, presidente da Cia. Gráfico-Editora Monteiro Lobato, em 4 de agosto, acusado de ligações com os tenentes.
•9/8/1924 – No dia do aniversário de Bernardes, Lobato envia carta ao presidente em que faz um balanço dos acontecimentos e discute o sistema eleitoral vigente. Com o título "O voto secreto", o texto transforma-se num panfleto, largamente distribuído. Artur Bernardes reage e manda suspender todas as encomendas de livros escolares que a Companhia Gráfico-Editora imprimia e distribuía.
•Setembro de 1924 - A Revue de L'Amerique Latine, n.º 33, editada em Paris, publica o conto "A vingança da peroba", extraído de Urupês e traduzido por G. Le Gentil.
•Final de 1924/início de 1925 - A saúde financeira da Cia. Gráfico-Editora Monteiro Lobato está abalada pelas dívidas contraídas para importação de maquinário e a empresa sofre os efeitos da seca que castigava São Paulo, reduzindo drasticamente o fornecimento de energia elétrica. Uma súbita mudança na política econômica do governo Bernardes desvaloriza a moeda e suspende o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil. A editora de Lobato entre em crise terminal.
•1925 – Adolf Hitler publica Mein Kampf (Minha luta).
•1925 - Sob encomenda do Laboratório Fontoura, Monteiro Lobato adapta Jeca Tatuzinho para a promoção de seus produtos, em especial do Biotônico. Por ocasião do centenário do escritor, em 1982, esse folheto ultrapassaria a marca dos 100 milhões de exemplares.
Traduzidos por Isaac Goldberg, quatro contos de Lobato são editados nos Estados Unidos com o título Brazilian Short Stories, volume n.º 733 da série Little Blue Book.
"Estou a examinar os contos de Grimm dados pelo Garnier. Pobres crianças brasileiras! Que traduções galegais! Temos de refazer tudo isso - abrasileirar a linguagem." São Paulo, 11/1/1925.
•Maio de 1925 – Sai o último número da Revista do Brasil, depois de 113 edições mensais ininterruptas. Adquirida por Assis Chateaubriand, só voltaria a circular em setembro do ano seguinte.
•Junho de 1925 - A Revue de L'Amerique Latine, n.º 42, publica o conto "Um suplício moderno", de Urupês, em tradução de Sérgio Milliet.
•24/7/1925 – Monteiro Lobato e o jurista Waldemar Ferreira dão entrada no requerimento de autofalência da Companhia Gráfico-Editora e tem início o processo de liqüidação que se estenderia por dois anos.
•15/09/1925 –Realiza-se no Rio de Janeiro a assembléia de constituição da Companhia Editora Nacional, com nove sócios, entre eles Octalles Marcondes Ferreira. Embora à frente do empreendimento desde o início, o nome de Lobato só figurará entre os sócios no final de 1926, época da transferência da matriz da editora para São Paulo.
•Outubro de 1925 – Em edição de 3 mil exemplares, a Companhia Editora Nacional estréia no mercado com Meu cativeiro entre os selvagens do Brasil, com as narrativas de Hans Staden, náufrago alemão que em 1550 foi aprisionado pelos tupinambás.

1925 - 1927 Lobato no Rio de Janeiro
"Fiz leilão da minha casa em São Paulo e montei outra aqui - rua Professor Gabizo 97. Vida nova, tudo novo. Não quero nada que lembre o passado. Quem vive a olhar para o passado é como quem caminha de calcanhares para a frente." Rio, 8/11/1925.
•1926 - Monteiro Lobato publica em O Jornal, do Rio de Janeiro, uma série de artigos sobre Henry Ford. Vertidos para o inglês, seriam editados no opúsculo "How Henry Ford is regarded in Brazil".
•Março de 1926 - Lobato concorre novamente e perde a eleição na Academia Brasileira de Letras.
"Aborreci-me de escrever n'O Jornal por causa da letrinha miúda e dos erros de revisão. Passei-me para A Manhã do Mario Rodrigues, que está com a maior tiragem do Brasil. Cada número é um estouro de bomba. Mando-te alguns artigos. O "Pátio dos Milagres" doeu e fez que o governo pensasse em assistir aos pobres. Estava uma vergonha a mendicância nas ruas. (...)"
"Fui traduzido na Síria por E. Kouri; na Alemanha por Fred Sommer; na França por Duriau. E como de muito tempo ando com a Espanha e a Argentina no papo, já apareci em seis países. Quer dizer que só fali comercialmente." Rio, 7/5/1926.
•20/3/1926 – O Diário de São Paulo publica o artigo "O nosso dualismo" em que Lobato, referindo-se ao modernismo, afirma: "Essa brincadeira de crianças inteligentes (...) vai desempenhar uma função muito séria em nossas letras. Vai forçar-nos a uma atenta revisão de valores e apressar o abandono de duas coisas a que andamos aferrados: o espírito da literatura francesa e a língua portuguesa de Portugal".
•13/5/1926 – Pelas páginas do suplemento paulista do jornal A Manhã, Mario de Andrade refuta o artigo "O nosso dualismo" com o texto "Post-Scriptum Pachola". Ao final, "com o coração sangrando e os olhos mojados de lágrimas" , anuncia a morte de Lobato. Mais um capítulo da polêmica com os modernistas.
•Agosto de 1926 - A Revue de L'Amerique Latine, n.º 56, publica "Meu conto de Maupassant", de Urupês, vertido para o francês por Jean Duriau.
•5/9 a 1/10/1926 – O jornal A Manhã lança com grande estardalhaço o folhetim O choque das raças, publicado sob a forma de livro pela Companhia Editora Nacional no Natal do mesmo ano, com tiragem de 16 mil exemplares.
Seu único romance e tendo como temática um evento futurista – as eleições nos EUA em 2228- , nessa obra Lobato realiza profunda reflexão sobre preocupações permanentes da humanidade. Discute temas como a luta entre os sexos, conflitos raciais e injustiça social, ao mesmo tempo que reavalia os conceitos de liberdade e dominação. Apesar da admiração pelos EUA, coloca o dedo na ferida da desigualdade entre as raças e do perigo do consumismo extremado daquele país.
•1927 – Lançamento de As aventuras de Hans Staden, adaptação de Meu cativeiro entre os selvagens do Brasil para o público infantil.
•Janeiro de 1927 – Lobato publica, em O Jornal, do Rio de Janeiro, sob a forma de folhetim, Mister Slang e o Brasil, que tinha como subtítulo "Colóquios com o inglês da Tijuca". Seria lançado como livro em maio desse mesmo ano, pela Companhia Editora Nacional.
"A nossa nova empresa editora vai com todos os ventos favoráveis. Cada edição, um triunfo. (...) Queres ver como entre nós vão as coisas evoluindo e como está ficando yankee a nossa técnica editora? Anos atrás, na velha companhia, quando tirávamos de uma obra 3.000, todo mundo achava que era arrojo. Pois hoje começamos muitas com 10.000 (...). E soltamos a avalanche de papel sobre o público como se fosse uma droga de farmácia, um Biotônico. Anúncios, circulares, cartazes, o diabo. O público tonteia, sente-se asfixiado e engole tudo. (...) Editar é fazer psicologia comercial." Rio, 7/2/1927.
•15 e 17/2/1927 - La Revue Nouvelle publica na França o Imposto Único, texto de Lobato traduzido por Jean Duriau.

1927 - 1931 Lobato em Nova Iorque
•25/5/1927 – Nomeado pelo presidente Washington Luís, Lobato embarca no navio American Legion com destino a Nova Iorque, onde assumiria o cargo de adido comercial.
"Ao chegar (...), quem encontro no cais de Hoboken? O agente geral da Ford em New York. Abordou-me, deu cartão e disse que tinha ordem de Mr. Ford para receber-me e facilitar-me tudo. Foi ótimo porque vim com bagagem enorme (...). Levou-me para o hotel numa Lincoln e guardou meus caixões no depósito da companhia até que eu alugasse este apartamento. Tome nota: 205 - 24th Street - Jackson Heights, L. I. - New York City - USA." Nova Iorque, 17/8/1927.
No extremo sul da ilha de Manhattan, de frente para a Battery Place, a sala 241 do Whitehall Building abrigava o escritório comercial do consulado brasileiro em Nova Iorque, e de lá Lobato pôde ver o Brasil com novos olhos.
•Agosto de 1927 – Envia relatório ao ministro das Relações Exteriores, Otávio Mangabeira, sugerindo, entre várias outras medidas, que o governo brasileiro reconsiderasse os altos impostos de exportação e que, com urgência, investisse em propaganda.
•1928 – Exibição do primeiro filme inteiramente falado: Luzes de Nova Iorque, de Brian Foy. Alexander Fleming descobre a penicilina.
•1928 – É publicado Macunaíma, de Mario de Andrade, com tiragem de 800 exemplares.
•1928 - Lobato conhece Anísio Teixeira, que estava em Nova Iorque cursando o Teacher’s College da Universidade de Colúmbia. Uma grande amizade unirá esses dois apaixonados por novos métodos pedagógicos para a educação de crianças.
•Maio de 1928 – Em companhia de Fortunato Bulcão, um empresário brasileiro que conheceu nos EUA, Lobato visita a Ford e a General Motors, em Detroit, e sai impressionadíssimo. Vê de perto um novo processo siderúrgico, denominado "sponge iron", que produzia aço a partir de fornos de baixa caloria. A nova tecnologia havia sido desenvolvida por William H. Smith, engenheiro que trabalhara na Ford e fundara a General Reduction Corporation, empresa detentora da patente.
•Maio de 1928 – Oswald de Andrade publica seu "Manifesto Antropófago" no número 1 da Revista de Antropofagia.
•Julho de 1928 - Lançamento de O noivado de Narizinho.
"O Times de hoje anuncia que a estação WCFW vai inaugurar comercialmente a irradiação de imagens. O sonho que localizei em séculos futuros encontro realizado aqui. A primeira vítima da televisão vai ser a velha e boa Saudade, que no fundo é filha da Lentidão e da Falta de Transportes. A saudade desaparecerá do mundo." Nova Iorque, 17/8/1928.
•Outubro de 1928 - Lançamento de O Gato Félix. Lobato e sua família mudam-se para um apartamento na Broadway.
•Novembro de 1928 - Lançamento de Aventuras do Príncipe e A Cara de Coruja.
•Novembro de 1928 – Sai no Rio de Janeiro o primeiro número da revista O Cruzeiro.
•Final de 1928 – A pedido do Itamaraty, Lobato envia minucioso balanço sobre o comércio Brasil-Estados Unidos. Dentre os inúmeros informes, relatórios e sugestões que fez ao longo do ano, destaca-se seu interesse por combustíveis alternativos, em particular o babaçu.
•1928 – No centro de São Paulo o Edifício Martinelli, o maior da América Latina, começa a ser construído. Seria inaugurado em 1936.
•Junho de 1929 - Lançamento de O Irmão de Pinocchio.
•28/8/1929 - Em carta a Júlio Prestes, Lobato transmite-lhe votos pela "vitória na campanha em perspectiva; (...) sua política na presidência significará o que de mais precisa o Brasil: continuidade administrativa".
•Agosto de 1929 - Lançamento de O Circo de Escavalinho.
•Outubro/novembro de 1929 – Vítima do crash da Bolsa de Nova Iorque, onde investira todos os seus recursos, Lobato é obrigado a se desfazer de suas ações da Companhia Editora Nacional. Os dias mais tumultuados do pregão são narrados num capítulo de América – os Estados Unidos em 1929, escrito logo ao voltar. Retomando os diálogos com Mr. Slang, nesse livro Lobato passeia pelos Estados Unidos discutindo a realidade à sua volta, sempre fazendo contrapontos com o Brasil.
•22/5/1930 – O dirigível alemão Graf Zeppelin desce no Rio de Janeiro, perante 15 mil pessoas.
•Junho de 1930 - Júlio Prestes, eleito em março, é recebido em Nova Iorque. Monteiro Lobato acompanha sua comitiva a Washington e participa do banquete oferecido pelo presidente Herbert Hoover.
"Meus jornais matutinos são o Time e o Sun. Minha Revista do Brasil é o American Mercury, com o tremendíssimo Henry Mencken lá dentro. (...) O jazz me deleita, e enlevo-me nos songs, nos Broadway hits, no perpétuo marulho oceânico desta Broadway onde moro. (...) Estou avô, já sabes, duma americanazinha, a Joyce (...) [nascida a 24 de fevereiro, filha de Martha Lobato e J. U. Campos]." Nova Iorque, 26/6/1930.
•6/8/1930 – Em carta "vinda dalém túmulo", Lobato manifesta a Mario de Andrade seu interesse em intermediar a tradução e o lançamento de Macunaíma nos EUA.
•3/10/1930 – Explode a Revolução de 30. Vitoriosa a 24/10, o levante armado depõe Washington Luís. Getúlio Vargas toma posse como chefe do governo provisório a 3/11.
•Novembro de 1930 - Lançamento de A Pena de Papagaio. Adaptação de Peter Pan, do escritor inglês J. M. Barrie.
•6/12/1930 - Decreto assinado pelo chefe do Governo Provisório dispensa vários funcionários do Itamaraty e Monteiro Lobato perde seu cargo de adido comercial em Nova Iorque.
•9/12/1930 – Ao deixar o posto, Lobato escreve carta a Getúlio Vargas relatando as conclusões a que chegou com sua experiência americana. Os grandes problemas nacionais – ferro, combustível e trigo – seriam os responsáveis pela fraqueza da economia brasileira. Mas o país tinha tudo para superá-los, bastava ter vontade política.
•Março de 1931 - Monteiro Lobato retorna ao Brasil.


1931 - 1939 A luta de Lobato por ferro e petróleo

•1931 - Lobato encaminha a Getúlio Vargas longo documento intitulado "Memorial sobre o problema siderúrgico brasileiro", onde expõe uma vez mais a importância econômica do ferro, as vantagens do processo Smith e historia seu esforço para que fosse implementado no Brasil. Nas suas palavras, seria "o nosso 13 de Maio econômico", possibilitando a exploração racional das reservas de ferro. Desanimado com a indefinição governamental, cria em sociedade com Fortunato Bulcão o Sindicato Nacional de Indústria e Comércio, constituído a 30/5 desse ano. Mas a empresa não consegue superar dificuldades técnicas e políticas, e em 1933 acaba desfeita. •1931 - Lançamento de Ferro, O pó de pirlimpimpim e As reinações de Narizinho. Adaptação de Robinson Crusoé e de Alice no país das maravilhas.
•12/10/1931 – Inaugurado o Cristo Redentor, no morro do Corcovado, Rio de Janeiro.
•1932 - Lançamento de América e Viagem ao céu. Adaptação de Contos de Andersen e Contos de Grimm. Publicado em São Paulo o livro Die Alte Fazenda, com contos de Lobato vertidos para o alemão.
•1932 – Conflito militar entre a Bolívia e o Paraguai pela posse da região do Chaco, rica em petróleo.
•8/4/1932 – Pelo decreto 21.265, a Companhia Petróleo Nacional, incorporada por Monteiro Lobato, Lino Moreira e Edson de Carvalho, entre outros, é autorizada a funcionar e será responsável pelas prospecções em Riacho Doce, Alagoas.
•17/5/1932 – Pelo decreto 21.415, a Companhia Petróleos do Brasil, incorporada por Monteiro Lobato, Manequinho Lopes e L. A. Pereira de Queiroz, é autorizada a funcionar e, em agosto desse mesmo ano, dá início às prospecções no campo de Araquá [hoje no município paulista de Águas de S. Pedro].
•9/7/1932 – Explode a Revolução Constitucionalista em São Paulo.
•10/8/1932 - Em carta-manifesto dirigida a Waldemar Ferreira, secretário da Justiça e Segurança Pública do Governo Constitucionalista Revolucionário de São Paulo, Lobato faz críticas ao "militarismo federal" e considera a insurreição uma "guerra de independência", declarando que: "São Paulo, depois da vitória, deverá expressar-se na fórmula Hegemonia ou Separação", título que deu ao documento.
•7/10/1932 – Plínio Salgado cria a Ação Integralista Brasileira.
•1933 – O presidente norte-americano Franklin Roosevelt introduz o New Deal, programa de reformas para dar fim à crise econômica iniciada em 1929. Adolf Hitler torna-se primeiro ministro na Alemanha.
•1933 - Lançamento de Na antevéspera, História do mundo para crianças, As caçadas de Pedrinho e Novas reinações de Narizinho.
•3/5/1933 – Realizadas as eleições para a Assembléia Constituinte. Pela primeira vez no Brasil uma mulher é eleita para a Câmara dos Deputados.
•1934 – Sob a liderança de Mao Tsé Tung, começa a Longa Marcha dos comunistas chineses.
[Observação: devido a lacunas nos arquivos da Companhia Editora Nacional - relativas ao período anterior a janeiro de 1934 e ao compreendido entre outubro de 1936 e abril de 1939 - alguns títulos de obras traduzidas por Lobato não constam desta cronologia]
•1934 - Lançamento de Emília no país da gramática. Adaptação dos Contos de fadas, de Perrault. Traduções: Kim, O lobo do mar, Pollyana, Pollyana moça, Aventuras de Huck, Jácala, o crocodilo, O homem invisível, O Doutor Negro, A filha da neve e Diamante Negro.
•17/7/1934 – Getúlio Vargas é eleito presidente da República pela Assembléia Constituinte.
•Novembro de 1934 – Getúlio Vargas oferece - e Monteiro Lobato recusa - a direção do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, criado em julho daquele ano.
•1935 - Lançamento de Contos leves, Aritmética da Emília, Geografia de Dona Benta e História das invenções. Traduções: A ilha das almas selvagens, Cleópatra, A ponte São Luís Rei, História da Filosofia (com Godofredo Rangel), O grito da selva, O crime do cassino, Scarface, Tarzan o terrível, O pequeno César e Moby Dick.
•30/3/1935 – Lançada no Rio de Janeiro a ANL, movimento de massas antifascista. Em 11/7 decreto de Vargas coloca a organização na ilegalidade.
•Junho de 1935 – A Companhia Editora Nacional publica o livro A luta pelo petróleo, de Essad Bey, em tradução de Charlie W. Frankie revista e prefaciada por Monteiro Lobato.
•23/11/1935 – Eclode uma rebelião em Natal, organizada pela ANL e esmagada três dias depois. No dia 24, quartéis de Pernambuco também se rebelavam e, no dia 27, foi a vez do 3º RI do Rio. Com o fracasso do movimento - conhecido como Intentona Comunista - tem início um longo período de perseguições políticas no país, com a criação de leis e tribunais de exceção.
•1936 – Começa a Guerra Civil Espanhola.
•1936 - Lançamento de Dom Quixote das crianças e Memórias da Emília. Tradução de A ceia dos acusados.
•3/2/1936 - Por unanimidade de votos, Lobato é eleito para a cadeira 39 da Academia Paulista de Letras.
•Agosto de 1936 – Chega às livrarias O escândalo do petróleo, com duas edições esgotadas nesse mesmo mês, seguidas de mais três até o final do ano, totalizando 20 mil exemplares vendidos.
•31/8/1936 – O Diretório Estadual da ANL de São Paulo envia carta a Lobato aplaudindo entusiasticamente O escândalo do petróleo.
•1937 - Lançamento de O poço do Visconde, Serões de Dona Benta e Histórias de Tia Nastácia e da adaptação das Viagens de Gulliver.
•14/8/1937 – Lobato compra a União Jornalística Brasileira, criada três anos antes por Menotti del Picchia.
•10/11/1937 – Tropas cercam e dissolvem o Congresso. Getúlio Vargas anuncia o Estado Novo e entra em vigor a Constituição da ditadura.
•1938 – Conferência de Munique decide pelo desmembramento da Checoslováquia.
•1938 – Lobato escreve a peça O museu da Emília, para ser encenada na Biblioteca Infantil Municipal de São Paulo. Lançado em Buenos Aires pelo Editorial Claridad Don Quijote de los niños, em tradução de Benjamin de Garay. Travesuras de Naricita Respingada, Tremendas cacerias de Pedrito, Los contos de la negra Nastacia e mais oito títulos já haviam sido publicados pela mesma editora na Argentina.
•10/1/1938 - Morre em São Paulo seu filho Guilherme.
•31/3/1938 – Em carta a Getúlio Vargas Lobato conclama o presidente à defesa da soberania brasileira na questão do petróleo e faz graves denúncias contra o Departamento Nacional de Produção Mineral.
•29/4/1938 – Criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP).
•7/7/1938 – Realiza-se a assembléia de constituição da Companhia Matogrossense de Petróleo, incorporada por Monteiro Lobato, Vítor do Amaral Freire e Octalles Marcondes Ferreira, entre outros. Fará prospecções em Porto Esperança, região do município de Corumbá, no coração do Pantanal, em área vizinha aos ricos territórios petrolíferos do Chaco.
•1939 - Lançamento de O Picapau Amarelo e O Minotauro. Traduções: Rumo às estrelas, Evolução da física e Os grandes pensadores.
•22/1/1939 – No poço de Lobato [localizado num subúrbio de Salvador, Bahia, em terras que no século XVI pertenceram ao fazendeiro Vasco Rodrigues Lobato, de onde se originou sua denominação], é descoberto oficialmente o petróleo no Brasil.
•1/9/1939 – Adolf Hitler invade a Polônia e, dois dias depois, a Inglaterra e a França declaram guerra à Alemanha. Tem início a Segunda Guerra Mundial.
•27/12/1939 – É criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), encarregado da censura aos meios de comunicação e da propaganda oficial do Estado Novo.

1940 - 1944 Lobato na mira da ditadura
•1940 - Lançamento de Contos pesados. Traduções: História do futuro, A formação da mentalidade, História da bíblia e A epopéia americana.
"Continuo traduzindo. A tradução é minha pinga. Traduzo como o bêbedo bebe: para esquecer, para atordoar. Enquanto traduzo, não penso na sabotagem do petróleo." São Paulo, 15/4/1940.
•24/5/1940 – Em nova carta a Getúlio Vargas, Lobato reitera suas denúncias e acusa o Conselho Nacional do Petróleo de agir a favor dos "interesses do imperialismo da Standard Oil e da Royal Dutch", perpetuando "a nossa situação de colônia americana dos trustes internacionais". Na mesma ocasião, e nos mesmos termos, envia carta ao general Góis Monteiro, chefe do Estado-Maior do Exército, em que diz: "sou obrigado a continuar na campanha [do petróleo], não mais pelo livro ou pelos jornais, porque já não temos a palavra livre, e sim por meio de cartas aos homens do poder".
•22/8/1940 – O general Júlio Caetano Horta Barbosa, presidente do Conselho Nacional do Petróleo, remete um longo ofício a Vargas no qual relata sua versão dos fatos, que "falam mais claro que a arenga do Sr. Monteiro Lobato".
•30/12/1940 – A rádio BBC, de Londres, irradia em diversos idiomas artigo-entrevista em que Lobato faz uma retrospectiva do regime republicano no país, "caracterizado pela progressiva restrição das liberdades civis e da garantia de direitos". Afirmando a admiração dos brasileiros pelos ingleses – justamente na época em que Vargas flertava com a Alemanha e o nazifascismo–, o escritor investe contra a tirania e a figura de um "Ditador Total", numa clara alusão a Getúlio e ao Estado Novo.
•1941 - Lançamento de A reforma da natureza e O espanto das gentes. Traduções: Lágrimas de homem, O livro da jangal, Por quem os sinos dobram e Educação e vida perfeita.
•Janeiro de 1941 – O governo funda a Companhia Siderúrgica Nacional e inicia a construção da Usina de Volta Redonda.
•6/1/1941 – Com base em ofício enviado pelo general Horta Barbosa, presidente do Conselho Nacional de Petróleo, alegando "injurioso ataque ao Chefe da Nação, ao Departamento Nacional da Produção Mineral" e ao CNP lançado por Lobato, "pela conduta que tiveram ou tem tido na direção da política de petróleo em nosso país", o Tribunal de Segurança Nacional solicita ao Chefe de Polícia de São Paulo a abertura de inquérito policial.
•27 e 28/1/1941 – Equipe da Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (DEOPS), acompanhada de um representante do Ministério da Guerra junto ao Conselho Nacional de Petróleo, invade a residência e, em seguida, o escritório de Monteiro Lobato. O escritor é levado à DEOPS, qualificado e transferido para a Casa de Detenção (Presídio Tiradentes), onde permanece incomunicável durante quatro dias. Em nova operação policial, dessa vez na sede da Companhia Matogrossense de Petróleo, são apreendidos mais documentos.
•30/1/1941 – Conduzido novamente à DEOPS e interrogado, Lobato assume inteira responsabilidade sobre as cartas enviadas a Vargas e Góis Monteiro. O escritor é libertado.
•21/2/1941 – Monteiro Lobato entra com pedido de passaporte a fim de poder viajar à Argentina, onde pretendia editar algumas de suas obras.
•28/2/1941 – O Tribunal de Segurança Nacional conclui a classificação de delito e a denúncia de Lobato, enquadrando-o no artigo 3o, inciso 25 do Decreto-lei 431/1938 – conhecido como Lei de Segurança Nacional – , que punia com penas de 6 meses a 2 anos de prisão quem injuriasse "os poderes públicos, ou os agentes que o exercem, por meio de palavras (...)".
•15/3/1941 – O major Ibá Jobim Meirelles, chefe de gabinete do presidente do CNP, faz chegar às mãos do coronel Scarcela Portela, superintendente de Segurança Política e Social de São Paulo, carta reservada alertando que acabava de ser informado da intenção de Lobato de fugir para a Argentina via Mato Grosso.
•18/3/1941 – O Tribunal de Segurança Nacional decreta a prisão preventiva de Lobato. No dia seguinte o escritor é novamente preso, levado à DEOPS e, de lá, à Casa de Detenção.
•8/4/1941 – No primeiro julgamento, o juiz Augusto Maynard Gomes absolve Lobato e, como era praxe, recorre à instância superior. O escritor permanece preso. Assim que toma conhecimento do resultado, Lobato escreve ao general Horta Barbosa e agradece: "Passei nesta prisão, General, dias inolvidáveis, dos quais me lembrarei com a maior saudade. Tive o ensejo de observar que a maioria dos detentos é gente de alma muito mais limpa e nobre do que muita gente de alto bordo que anda à solta".
•19/4/1941 – No dia do aniversário de Vargas, Monteiro Lobato lhe envia, da cadeia, carta em que, ironicamente, sugere a criação de uma Companhia Nacional de Petróleo nos moldes da recém fundada Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda. E, referindo-se ao CNP, aponta os benefícios da medida: "O general-comandante desse Conselho e os mais membros que o compõem, caso empregados como combustível nas fornalhas das sondas, darão para mover as máquinas por uns dois ou três dias – vantagem que positivamente não é de se desprezar".
•20/5/1941 – O novo julgamento do Tribunal de Segurança Nacional reforma a primeira sentença e, por unanimidade, condena Lobato a seis meses de prisão.
•17/6/1941 – Após passar três meses na cadeia, Monteiro Lobato é indultado por Getúlio Vargas. O escritor ganha a liberdade, mas a imprensa, sob censura, é proibida de noticiar o fato.
•28/6/1941 – Baseado em parecer do procurador Kruel de Morais - para quem os livros do criador do Sítio do Picapau Amarelo predispunham a "doutrinas perigosas e práticas deformadoras do caráter" - , o Tribunal de Segurança Nacional encaminha ofício ao Chefe de Polícia de São Paulo mandando apreender e destruir os exemplares de Peter Pan, do escritor J. M. Barrie, adaptados por Lobato.
•Agosto de 1941 – Getúlio Vargas é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
•7/12/1941 – O Japão bombardeia a base norte-americana de Pearl Harbour.
•1942 - Lançamento de A chave do tamanho. Traduções: Adeus às armas, Lincoln, Somente nesse dia, Máquinas da democracia, História da civilização e Uma folha na tempestade.
•28/1/1942 – Em resposta ao afundamento de navios brasileiros pelos alemães, o governo anuncia o rompimento das relações com a Alemanha e Itália. Em 31/8 é declarado estado de guerra em todo o território nacional.
•1943 - Lançamento de Urupês, outros contos e coisas e do volume comemorativo do jubileu de Urupês, ilustrado por Paim. Traduções: Memórias (André Maurois), Piloto de guerra, Noite sem lua, A construção do mundo, Um mundo só, Mágica em garrafas.
•13/2/1943 - Morre em Tremembé, município paulista vizinho a Taubaté, seu filho Edgard.
"Estou condenado a ser o Andersen dessa terra - talvez da América Latina, pois contratei 26 livros infantis com um editor de Buenos Aires." São Paulo, 28/3/1943.
•Maio de 1943 - Criado por Edgard Cavalheiro e Carlos Lacerda, vai ao ar, pela Rádio Gazeta em São Paulo, o programa No Sítio do Picapau Amarelo.
•1944 - Lançamento de A barca de Gleyre, última obra de Lobato na Companhia Editora Nacional. Traduções: A queda de Paris e O nazareno. Escreve, sob encomenda do Café Jardim, Um sonho na caverna, álbum de figurinhas ilustrado por J. U. Campos. A Editora Brasiliense publica Os doze trabalhos de Hércules.
•Outubro de 1944 - Lobato recusa sua indicação para a Academia Brasileira de Letras, proposta por Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia. "Só serei 'imortal' se puserem esse grande gênio fora de lá a pontapés", diria, referindo-se a Getúlio Vargas.
•1944 – Peron chega ao poder na Argentina.
•2/1/1944 – Por achar incoerente a política norte-americana de apoio à ditadura Vargas, enquanto combatia na Europa o nazifascismo, Lobato rompe com a União Cultural Brasil-Estados Unidos.
•2/7/1944 – Parte para Itália, para lutar junto às forças aliadas, o primeiro escalão de soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

1945 - 1948 Os últimos tempos de Lobato
•1945 - Lançamento de Nasino, edição italiana de Narizinho ilustrada por Vincenzo Nicoletti.
•Janeiro de 1945 – Monteiro Lobato integra a delegação paulista do I Congresso Brasileiro de Escritores reunido em São Paulo. É divulgada, no encerramento, uma declaração de princípios exigindo "legalidade democrática como garantia da completa liberdade de expressão do pensamento" e redemocratização plena do país.
•4/2/1945 – Churchill, Roosevelt e Stalin realizam a Conferência de Ialta: começa a Guerra Fria.
•Março de 1945 – Após o longo período de isolamento imposto pela censura do Estado Novo, Lobato concede entrevista ao Diário de São Paulo, de grande repercussão.
•Maio de 1945 - A menina do narizinho arrebitado é transformado em novela para crianças pela Rádio Globo no Rio de Janeiro.
•18/5/1945 – Com a rendição dos alemães, a Segunda Guerra Mundial chega ao fim.
•15/6/1945 - William Rex Crawford, adido cultural da embaixada americana no Rio de Janeiro, encaminha a Walt Disney sugestão de Luiz de Toledo Piza para que fossem incorporados temas e personagens da obra infantil de Lobato em futuras produções de seu estúdio.
•23/6/1945 – Lobato participa da fundação e torna-se diretor do Instituto Cultural Brasil-URSS.
•Convidado pelo Partido Comunista para fazer parte de sua chapa de candidatos às eleições gerais marcadas para dezembro, declina do convite.
•27/6/1945 – Lobato assina contrato com a Editora Brasiliense para edição de suas Obras Completas.
•Julho de 1945 – Detonada, em caráter experimental, a primeira bomba atômica, no deserto do Novo México. No mês seguinte, norte-americanos lançam duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
•15/7/1945 – Recuperando-se de intervenção cirúrgica em que retirou um quisto no pulmão, Monteiro Lobato envia discurso gravado de saudação a Luís Carlos Prestes para o comício realizado pelos comunistas no Estádio do Pacaembu, São Paulo.
•1945 - Lobato acompanha o processo de redemocratização que sacudiu o país, culminando com o fim da ditadura do Estado Novo e a queda de Getúlio Vargas em 29 de outubro, e mostra-se pessimista com a perspectiva da vitória de Dutra nas eleições.
•1946 - Lançamento da primeira série (literatura geral) das Obras Completas pela Brasiliense, em 13 volumes. Na Argentina, vem a público Las 12 hazañas de Hercules, pela Editorial Acteon.
•1946 – Desenvolvido na Universidade da Pensilvânia o primeiro cérebro eletrônico, precursor dos computadores.
•31/1/1946 – Eleito em 2/12/1945, o general Dutra toma posse na presidência da República.
•12/2/1946 – Lobato torna-se sócio da Editora Brasiliense, fundada em novembro de 1943 por Caio da Silva Prado, Leandro Dupré, Hermes Lima, Artur Neves e Caio Prado Júnior.
•8/6/1946 – Atraído pelos belos e gordos bifes, pelo magnífico pão branco e fugindo da escassez que assolava o Brasil, conforme declarou à imprensa, Monteiro Lobato embarca para a Argentina.
•18/9/1946 – Promulgada nova Constituição brasileira, restabelecendo a independência dos três poderes e eleições diretas em todos os níveis.
•3/10/1946 – Em Buenos Aires, Lobato funda, com Manuel Barreiro, Miguel Pilato e Ramón Prieto, a Editorial Acteon.
•1947 – Primeiro vôo supersônico; intensificação da Guerra Fria; Plano Marshall para a reconstrução econômica da Europa.
•1947 - Lançamento da segunda série (literatura infantil) das Obras Completas pela Brasiliense, com 17 volumes. Tradução: O problema econômico de Cuba. A Editorial Vitória lança Zé Brasil, em que Lobato, uma vez mais, reelabora seu personagem Jeca Tatu, transformando-o em trabalhador sem terra, esmagado pelo latifúndio.
•1947 - A Editorial Codex, de Buenos Aires, lança uma série de livretos de armar, com textos de Lobato. Ilustrados por Eugenio Hirsch e Carmen Hidalgo, constituíram novidade na época. Pela Acteon seria publicado, sob o pseudônimo de Miguel P. Garcia, La nueva Argentina, sobre o plano qüinqüenal de Perón, e, através da Americalee, 23 títulos infantis, além de uma nova edição de Urupês, traduzida por Ramon Prieto e com selo da El Ateneo.
•8/5/1947 – Monteiro Lobato volta ao Brasil. Em entrevista aos repórteres que o aguardavam no aeroporto, classificaria o governo Dutra de "Estado Novíssimo, no qual a Constituição seria pendurada (suspensa) num ganchinho no quarto dos badulaques".
•Junho de 1947 - Diante da proibição das atividades do Partido Comunista em todo o país, determinada pelo ministro da Justiça, escreve para um comício de protesto a parábola do Rei Vesgo. Lido e aclamado pela multidão reunida no Vale do Anhangabaú na noite de 18 de junho, o texto reflete o desencanto de Lobato com a democracia restritiva do general Dutra.
•Agosto de 1947 - Muda-se para o apartamento cedido por Caio Prado Júnior, no último andar do prédio da Editora Brasiliense, na rua Barão de Itapetininga, centro de São Paulo.
•Dezembro de 1947 - Vai a Salvador assistir a opereta Narizinho arrebitado, de Adroaldo Ribeiro da Costa. Lobato escreveria novo libreto para o espetáculo, considerado sua última criação infantil.
•1948 - Participa da fundação da revista Fundamentos; publicados os folhetos "De quem é o petróleo na Bahia" e "Georgismo e Comunismo".
•1948 – Criação do Estado de Israel; primeira guerra árabe-israelense; formação da Organização dos Estados Americanos; invenção do transistor; revoluções comunistas na Checoslováquia, Polônia e Hungria.
•2/7/1948 – Lobato concede a Murilo Antunes Alves, da Rádio Record, sua última entrevista.
•4/7/1948 – O criador do Sítio do Picapau Amarelo morre, às 4 horas da madrugada, vitimado por um derrame. Após velório na Biblioteca Municipal, seu corpo seguiu acompanhado por milhares de pessoas para o cemitério da Consolação, onde foi sepultado na quadra 25, terreno 2.

FONTE: http://lobato.globo.com/lobato_Linha.asp

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Professor Bonzinho

Capa-do-livro-Professor-bonzinho-igual-aluno-dificil

Segundo Celso Antunes, o professor bonzinho, permissivo, perde sua identidade como pessoa. Podemos ser amigos, compreensivos, mas o limite deve ser bem claro, bem definido e a preocupação em acompanhar o processo de construção do conhecimento dos alunos deve ser efetiva.

Na sala de aula a conversa entre os alunos é inevitável; é impossível ficar ao lado dos amigos sem conversar; o que devemos fazer é aproveitar essa conversa como instrumento para um trabalho pedagógico, aprender a ser um administrador de conversas, expositor de desafios, instigador de perguntas. O autor alerta que devemos tomar cuidado com o silêncio humano. Este esconde muitas vezes problemas emocionais ou disfunções agudas.

Ao ensinar, é fundamental que o professor peça aos seus alunos que opinem, sugiram, contem coisas de seu eu e de seu mundo. Jamais matar a curiosidade apresentando rapidamente a resposta; faça-os buscar pelos caminhos da pesquisa, pela reflexão do debate. E nunca se esqueça de levar para a sala de aula o sorriso, a boa educação (polidez) e o bom senso.

Com alunos difíceis, ou seja, aqueles que não querem nada com a aula, procurem não se exasperar, dar broncas. Após o final da aula chame esse aluno para conversar; faça-o descobrir que você quer ajudá-lo.

Imagem-de-professora-em-pe-rindo-para-aluna-sentada-em-sala-de-aula

Diálogo, polidez e bom humor são aliados incondicionais para o bom relacionamento entre professores e alunos em sala de aula

Existem algumas idéias levantadas por Celso Antunes que podem auxiliar os professores em seu dia a dia, obtendo assim maior prazer e sucesso no seu trabalho. Vamos a eles:
• Definir de forma clara e cristalina as regras disciplinares.
• Estabelecer canais límpidos de comunicação entre os alunos, diretores, pais, orientadores e professores.
• Assiduidade e pontualidade.
• Associar o conhecimento novo aos saberes que os alunos possuem.
• Preparar de maneira cuidadosa a aula.
• Traçar um projeto de atividades anuais, dividindo suas etapas semana após semana.
• Estabelecer, se possível em consenso com a classe, os limites desejáveis das condutas e cobrá-los sempre de maneira imediata e coerente.
• Entrar em sala e, sem demora, iniciar a aula.
• Cobrar, com firmeza, mas sempre com bom humor (quando possível), a colaboração de todos e ser um árbitro sereno no cumprimento das regras de conduta consensualizadas com a classe.
• Falar com expressividade e clareza.
• Iniciar os trabalhos com um plano de aula simples, mas objetivo e coerente.
• Movimentar-se todo o tempo, manter-se alerta a todos e também a todas as ocorrências.
• Mostrar sempre disposição para manter a calma e a serenidade, mesmo em situações mais difíceis.
• Saber dar a devida importância ao tom de voz empregado e estudar a linguagem gestual.
• Jamais comparar-se a qualquer colega. Nunca comparar um aluno ou uma classe com outra.
• Distribuir com uniformidade, serenidade e justiça a atenção de todos.
• Analisar com calma as razões que podem levar alunos ao desinteresse ou a indisciplina e discutir, particularmente com os mesmos essa postura.
• Conhecer diferentes estratégias de ensino, jogos operatórios, técnicas de ensino e aprendizagem.
• Possuir projetos de avaliação claros e explícitos.
• Manter atualizados seus registros e suas notas.
• Cumprir com integridade tudo quanto prometeu.

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Ensinar utilizando diferentes recursos e estratégias para despertar a curiosidade e incentivar os alunos em sala de aula e projetos é eficiente medida contra a indisciplina.

• Fazer das perguntas uma eficiente ferramenta de aprendizagem.
• Não se desgastar ensinando aos alunos tudo aquilo que sozinhos eles podem aprender.
• Estimular o aluno para interpretar o aprendizado usando diferentes habilidades.
• Ensinar seus alunos a leitura dos saberes que se encontram em diferentes linguagens.
• Saber delegar aos alunos tarefas e funções junto à classe que explorem capacidades de aprender e de aprendizagem.
• Fazer revisões periódicas daquilo que foi aprendido.
• Organizar de forma eficaz, na medida dos possível em consenso com os alunos, o espaço da sala de aula e a disposição dos lugares de cada um.
• Cuidar da sua apresentação, dignificando a importância e até o sentido do ato pedagógico.
• Mostrar atenção aos problemas dos alunos.
• Concluir a aula de maneira amistosa e bem-humorada.

É importante destacar que os passos sugeridos costumam ajudar a resolver parte expressiva dos problemas disciplinares; mas não os eliminam por completo. A continuidade de aplicação dos procedimentos é que pode garantir a perenidade dos bons comportamentos, da participação dos estudantes nas aulas, o debate em torno das idéias e conteúdos trabalhados,...

Para concluir, o professor precisa ser amigo dos alunos, companheiro e compreensivo, ter a mentalidade aberta e acompanhar o processo de construção do conhecimento, atuando como agente entre os objetos do saber e a aprendizagem e ter a certeza de que, quem educa semeia um futuro melhor...

Fonte: http://atividadespracolorir.blogspot.com


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Alfabeto com a Turma da Mônica - letra bastão e cursiva

Gif Turma da MônicaGif Turma da Mônica
Olá pessoas lindas!
 
Este é o meu segundo alfabeto e o primeiro com as personagens da
Turma da Mônica, que eu amo demais!
Deu um trabalho, mas amei o resultado!

Usei 4 tipos de letras e a escrita dos nomes das personagens,
com letra cursiva e de bastão.

Dá para ser usado como cartazes em sala de aula e também
para colar nos cadernos das crianças (imprimindo em tamanho pequeno).

Sei que a postagem ficou extensa, porém nao resisti e fiz mais de uma personagem com algumas letras.
Não quis deixar de postar nenhum para que vocês
tivessem mais opção de escolha.
Gif Turma da MônicaEspero que gostem!
Ah, não saiam sem um comentário, ok?

   

Créditos: Olímpia Bezerra

Beijinhos!
Olímpia

  Gif Turma da Mônica Gif Turma da MônicaGif Turma da Mônica
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